Paulo Souto recebe das mãos do escritor Armando Azevedo o livro da história de Itamaraju |
Seu nome se deu a lingua tupi-guarani, povos descendente de índios e negros,
prof.Armando Azevedo recebendo o premio de professor Nota 10 no Polivalente |
Região onde a mata tinha seu domínio absoluto árvores frondosas e muita madeira de lei, teve assim a floresta como primeiro fator a atrair a exploração da terra no interior do município de Prado. Como via de acesso ao Rio Jucuruçú, navegável por mais de 50 km em linha reta se medidos por terra, paralelamente ao curso do rio, para pequenas embarcações. Por volta da segunda metade do século passado, começava-se a extrair madeira para exportação. Sendo Salvador e outros contos os principais consumidores.
Durante a Guerra do Paraguai, fazia-se sorteio entre homens em idade variada para o serviço militar para engressarem-se às fileiras do exército. Foi então que, em Monte Gordo e Açu da Torre, norte do Estado entre tantos outros, foram sorteados Francisco Nascimento dos Santos e o seu genro, Teoclosio Batista, que tomaram a drástica decisão de não atenderem ao chamado da lei, iriam de contra as normas. Perseguidos foram presos. Certa noite, ainda antes de entrarem em mobilização depois de uma ligeira luta no acampamento desamarraram e dominaram o sentinela e conseguiram fugir enquanto o outro dormia. Evadindo, procuraram um cidadão influente no lugar, João Vieira, compadre de Francisco em busca de proteção. Conhecendo a gravidade da situação, Vieira não lhes podia dar guarita, já que eram desertores do exército contudo, não os entregou. Amigo de Olinto Garcia Marcial pediu que o levasse para sua exploração de madeira no sul.
Prof.Armando Azevedo e O seu Amigo Pataxó Tohõ Pataxó-Primeiros habitantes da região |
Ali contudo, não acharam conveniente que ficassem, nem mesmo na frente de trabalhos na extração de madeira de Marcial, dada a fluência constante de trabalhadores provindo do Nordeste.
Sob autorização de Garcia Marcial subiram o rio e estabeleceram-se no sítio Laje, a cerca de 50 km de Prado, à margem direita do rio. Mas para maior segurança, ali somente apareciam à noite, para dormir. Durante o dia, passavam na outra margem, a 1 km acima junto a confluência do córrego, hoje do cemitério entre o Ribeirão do Ouro e o Córrego Desejo. Ali fizeram roças, abrindo clareiras na florista, começaram a plantar feijão, cana, banana, arroz, mandioca e milho. Edificaram barracas à margem do extenso pântano. O que iam produzindo era ali mesmo vendido para o patrão.
Fim da guerra, havia já, mais de 3 anos, e não se comunicavam com os familiares que desconheciam completamente seu paradeiro, foram abordados por Garcia Marcial para retornarem ao seio de seus familiares. Entretanto, já se achavam adaptados ao novo ambiente. A despeito de tantas situações adversas, não queriam mais abandonar a terra da proteção. Aqui seria, doravante, sua terra e a de seus entes queridos. Uma terra boa onde apesar das imensas dificuldades teriam de ganhar a vida. Pediram, portanto a Olinto Garcia Marcial trouxesse lhe todos os familiares. Ainda temerosos, nem lá iriam buscá-los. O compadre João Vieira os fala embarcar, com os pertences.
Ao todo 12 familiares. Aqui chegando, essas famílias. Armaram barracas junto as já existentes por Francisco e Teodósio. Inicialmente palhoças. Surpresa bastante com o cenário da imensidão da floresta e a precariedade do ambiente e da vida no lugar onde eram então bruscamente arrastados. Dona Martinha, esposa de Francisco, como saudação ao esposo, havia tanto tempo que não o via quase gritando interpela-o, “É nesse lugar Francisco, que você está escondido segundo o senhor Cândido Nascimento dos Santos, neto de Francisco aqui nascido em 1893 e que nos forneceu os principais dados aqui registrados veio dessa interpretação o topônimo Escondido com que, o lugar foi distinguido a povoação aqui surgida em 1895, no mesmo local das barracas iniciais onde as famílias permaneceram. Ele ainda reside no mesmo trecho.
A localidade durante muito tempo serviu de ponto de empório de Olinto Garcia Marcial. Com a morte deste, as terras foram vendidas a José Ramos, outro capitalista interessado na cultura do café. José Ramos manteve as suas atividades no outeiro. De José Ramos, as terras passaram a seu filho, Liourgo Ramos, que vendeu a área de 500 ha a um grupo de moradores do lugar, tendo à frente Faustino Pereira de Melo. Essa sociedade assim formada nunca foi extinta, embora seus sucessores, ou melhor os sucessores dos adquirentes, perdessem o controle de suas terras, razão portanto está a municipalidade, mesmo constituída à nível local, nunca até 1982, quando obtém acordo com o INCRA e o Governo Estadual ter pedido de liberar legalmente sobre elas, como terras públicas.
O café tornou-se a principal fonte de produção da região por volta de 1895, o Sítio das Barracas, como também era conhecido, passou a constituir o Arraial do Escondido. Interessados na cultura e comércio do café, muitos começaram a deslocar para o lugar. Estabeleceram-se armazéns de compra de café e outros cereais e a venda de gêneros variados como querosene, sal, tecido, ferramentas.
A povoação se desenvolveu relativamente rápido. Inicialmente o Arraial denominava-se Dois Irmãos, logo consolidando-se o topônimo de Escondido. Assumindo faros de cidade foi lhe atribuindo o topônimo de Itamaraju.
Prof.Armando Azevedo desfilando em sua cidade Itamaraju dia 07 de setembro |
A atual cidade de Itamaraju (município), nasceu de um povoado denominado Dois Irmãos, em louvor aos Santos padroeiros Cosme e Damião. Tinha uma pequena rua, tortuosa (atual 5 de outubro) e com não mais de 150 casas, inclusive barracos, na sua maioria construídos de taipas, cobertas com telhas de tabica, palha, de tijolos, e telhas de barro, no máximo umas cinco casas. Embora fizesse parte do município de Prado, existia uma Sociedade particular que o administrava e cobrava aforamento aos seus habitantes: fazia parte dessa Sociedade Virgulino Pereira, Cândido Nascimento, José Guilherme da Rosa, Nestor Camão e outros, quase todos falecidos.
ESCONDIDO – com o progresso do povoado, tendo como fator a cultura e produção do cacau, café madeira de Lei, o povoado passou a se denominar de Vila de Escondido, passando a fazer parte da divisão Administrativa do município do Prado como o terceiro Distrito. Não parou aí o seu desenvolvimento. As vias de transportes que eram feitas através de lombos de animal cavalar e por via fluvial – rio jucuruçu, passaram em parte a serem feitas através de estradas de rodagem, de terra, que mal dava para passagem de um veículo, Instrasitável nas épocas chuvosas, tendo como pricipais obstáculos as ladeiras da Sapucaieira, Duas Barras, Riacho das Pedras, Atividade, Tururim, Furado e do Ribeirão; contudo, essa estrada foi que levou a redenção a Vila de Escondido, surgindo emigrantes de outros municípios e Estados, com isso, a Vila cresceu desordenadamente; época em que pela primeira vez seu povo viu o cinema falado (sonoro), de 16 e a luz elétrica (10 postes) fornecida gratuitamente pelo proprietário do cinema, José Fontes Almeida, através da energia produzida pelo grupo gerador do seu cinema. Esse cinema dava sessões a noite nos dias de domingo, pois, aos sábados, as sessões eram realizadas na cidade (Prado), cujo transporte de todo material e equipamento, devido a precariedade de transporte rodoviário, era feito via fluvial, em canoa a motor e pôpa (tudo de propriedade do mesmo), cuja viagem era feita semanalmente, e se gastava 12 hora rio acima e 8 horas rio abaixo, isso quando o rio estava com água e não tivesse entulhos de baronesa, o que era normal. Por volta do ano de 1930, devido a forte neblina na região, um pequeno avião, tipo Teco-teco, pertencente a Air France (Cia, Latecoere), perdeu o rumo e fez uma aterrisagem forçada na Vila, no local onde existia uma lagoa, hoje Mercado Municipal. Esse avião foi transportado para a cidade de Prado via fluvial em duas canoas juntas.
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